A trajetória musical deste artísta teve início em meados dos anos 50. Nascido em São Paulo, desde cedo demonstrou aptidão para a música, iniciando no cavaquinho e bandolin e em seguida começou a tocar banjo por influência do Tio. Após integrar alguns grupos de Jazz/Dixieland logo ganhou a alcunha de Rei do Banjo e destacou-se na cena do Jazz dos anos 50 e 60. Ativo no então incipiente circuito do jazz Dudu ajudou a consolidá-lo firmando uma parceria dom o Saxofonista Booker Pitman e participando dos eventos de destaque como os concertos Brasileiros de JAZZ no Copacabana Palace nos anos 50 e do primeiro festival de jazz da Rede Record em 1961. Foi o responsável pelas Jam-sessions da Folha de São Paulo e foi o único brasileiro convidado a participar do show do Louis Armstrong em sua histórica vinda ao Brasil.
Embora no Brasil tenha ganhado destaque como um dos maiores Jazzistas de seu tempo e também como o precursor do rock (criador do primeiro Rock instrumental com o grupo The Avalons) seu maior mérito para a valorização da cultura brasileira foi difundir a música e os ritmos brasileiros para a Europa. Durante a década de 60 montou com o Baterista Ney de Castro e diversos outros músicos o conjunto “Batucada” e, assim, tocava musica brasileira semanalmente na principal casa noturna de Jazz/World music de Paris a La Grande Séverine. Com este grupo também fez grandes concertos como no Teatro Olympia. Neste período, ao tocar com diversos músicos de grande destaque como Miles Davis, Claude Luter, Kenny Clarke, e muito outros, contribuiu para a valorização do Brasil levando a influência e o jingado da música brasileira dentro do Jazz.
Ainda em Paris Dudu se tornou conhecido e reverenciado pela alta sociedade parisiense sendo convidado para tocar em grandes festas e eventos como na Casa do Barão de Rothschild. Como acompanhante Dudu também realizou grandes concertos com a cantora Maysa no memorável concerto no Teatro Olympia em 1963. Durante este período Dudu estabeleceu uma parceria musical com a cantora Heloísa Buarque de Holanda (Miúcha) com quem mostrou a música Brasileira na Universidade de Sorbonne e excursionou por diversos outros países da Europa indo até a Grécia.
Na Grécia, após ser bem recebido e perceber o potencial, Dudu firmou residência por 3 anos alcançando grande destaque em Mykonos e em Atenas. Neste período Dudu se tornou uma atração sendo frequentes visitas de músicos como Yehudi Menuhin, Mikis Theodorakis e pessoas ilustres como o Próprio Rei Constantino e a Raínha da Pérsia Soraya para ver Dudu tocar aquele estílo tão próprio, caracterizado pela grande expressão rítmica com a mão direita casando as influência do Jazz e Música Brasileira. Durante o renacer turístico e artístico grego a presença de Dudu como músico brasileiro a destacar-se na Grécia reforçou a fama de versatilidade e talento nato que o músico brasileiro possui mundo afora.
Na década de 70 Dudu, de volta ao Brasil, voltou-se novamente para o Jazz com o então recém-criado grupo Traditional Jazz Band com o qual bem representou o Brasil na terra do Jazz realizando turnês por diversas cidades dos Estados Unidos incluindo a participação no New Orleans Jazz & Heritage Festival em 1976 onde alcançou menção honrosa de melhor grupo internacional.
No Final da década de 90 Dudu iniciou a Banda Papadú com os seus fílhos Emanuel, Ícaro e participações de Francisca. Com esse grupo desenvolveu uma nova abordagem musical que passou a chamar de “musinteração”, caracterizado pela improvisação coletiva e o desenvolvimento de temas e composições ao vivo. Com a família Papadú alcançou grande reconhecimento em Santa Catarina onde foi o destaque da 1° Maratona Cultural e foi escolhido pela rede RBS como um dos principais representantes artísticos do Sul do País para integrar a campanha de ano novo 2012. Atualmente com 77 anos, Dudu continua a propagar sua mensagem musical e defender a autenticidade e a improvisação como meio de expressão artística cativando a todos com seu talento único.
“Quer como banjoísta, quer como guitarrista,
jazzisticamente Dudu não tem rivais no Brasil”
Edoardo Vidossich - Jornal Última Hora, 1957
“Apontado pela crítica especializada como o melhor jazzista de São Paulo”
Edmundo Scannapieco - Diário da Noite, 1960
“Dudu – Considerado o Melhor Jazzista Brasileiro de todos os tempos”
Edwaldo Pacote – Revista Visão, 1960
”Dudu é um músico intuitivo, extraordinário,
e com um swing fora do comum!”
Zuza Homem de Mello, Festival de Jazz de Joinville, 2008
“Estão Diante de um Monstro da Música, dos poucos que ainda andam sobre a terra”
Marcos Espíndola – Diário Catarinense, 2011